Já conhece o Brasília Esporte? Esse carro super estiloso e artesanal dos anos 60 é um verdadeiro ícone no cenário automobilístico brasileiro. Ele foi fabricado em 1960 pela Carroceria Sport Ltda., lá no Rio de Janeiro, e surgiu na vibe de homenagear a nova capital, Brasília, que estava sendo inaugurada naquele mesmo ano. Com um design meio europeu e a mecânica confiável da Volkswagen, o Brasília Esporte fez história e é considerado um dos primeiros carros fora de série do Brasil.
Um Carro Que Veio do Futuro
O Brasília Esporte foi inspirado no famoso Volkswagen Fusca, que já estava sendo produzido no Brasil desde 1959. Com seu motor boxer de quatro cilindros com 1.192 cm³ e apenas 30 cv, não é exatamente um foguete, mas foi suficiente para chegar aos 100 km/h, que era bem aceitável para a época.
Ele contava com um câmbio manual de quatro marchas e tração traseira, elementos que vieram direto do Fusca. E a carroceria? Feita a mão, repleta de reforços estruturais, para aguentar a barra do design conversível e se destacar entre os esportivos brasileiros da época.
Design Europeu de Ponta
Esse carro tinha um design que grita “influência europeia” dos esportivos da década de 50. A frente longa lembrava os Maserati italianos, enquanto a lateral podia até confundir com a do Karmann-Ghia, que só chegaria ao Brasil em 1962.
A traseira tinha uma vibe discreta, mas elegante, com lanternas que se inspiravam no Ford Thunderbird 1955. E, para o detalhe funcional, os faróis e luzes de pisca eram os mesmos do Fusca, tudo pra manter o custo baixo. O modelo ainda trazia duas opções de capota: uma leve de lona que combinava com o interior e outra dura, de alumínio, que era super fácil de manusear.
Artesanato e Exclusividade
Cada Brasília Esporte era feito à mão, um verdadeiro trabalho de artesanato automotivo. A carroceria era feita de chapas de aço, enquanto as partes móveis, como portas, capô e tampa traseira, eram moldadas em alumínio, tudo na pequena fábrica da Carroceria Sport Ltda.!
O interior, bem simples, contava apenas com um velocímetro que ia até 100 km/h e um marcador de combustível. E pra dar um charminho, o carro tinha um rádio AM embutido! As rodas e calotas eram as mesmas do Fusca, reafirmando a dependência da mecânica Volkswagen.
Mas não pense que era baratinho… Você tinha duas opções: ou dava um chassi e componentes de um Fusca batido ou entregava seu Fusca inteiro pra trocar a carroceria. O custo desse processo, hoje em dia, seria tipo uns R$ 150.000, considerando toda a exclusividade e o trabalho artesanal envolvido.
A História Reconhecida
Mesmo com a produção pequenininha e sem muitos registros, o Brasília Esporte conquistou um espaço especial na história do automóvel brasileiro. Em 2013, um modelo restaurado brilhava em um evento de carros antigos em Águas de Lindóia, mostrando que ainda é uma raridade valiosa.
O carro em destaque nessa exposição era um de 1961, ostentando todo o charme e simplicidade do projeto. Hoje em dia, ele é uma verdadeira relíquia, com valores que podem ultrapassar os R$ 300.000, dependendo de como ele está conservado e da originalidade.